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Hipervitaminose: vitaminas em excesso colocam pacientes em risco e já levam a internações graves no Brasil

Casos recentes mostram complicações após uso de altas doses; especialistas alertam que nutrientes necessários podem ser obtidos com alimentação equilibrada.

 

As vitaminas estão em alta, mas médicos alertam que a moda pode trazer riscos sérios. Quando consumidas em excesso, elas deixam de ser aliadas da saúde e passam a provocar uma “toxicidade silenciosa”, conhecida como hipervitaminose. Casos recentes no Brasil mostram complicações graves após tratamentos com doses elevadas de suplementos.

Na Bahia, a empresária Perinalva Dias da Silva buscou ajuda médica por cansaço e recebeu indicação de um soro chamado “da imunidade”. Após as aplicações, começou a passar mal. “Eu comecei a fazer xixi escuro, senti também que os meus membros inferiores não estavam funcionando mais. Estava intoxicada com a soroterapia”, contou. Ela ficou 28 dias em coma e precisou de tratamento intensivo para intoxicação por vitamina D.

Em São Paulo, a corretora de imóveis Ana Paula Fernandes também enfrentou complicações após receber implantes hormonais e injeções de vitamina B12 e D. Ela já passou por quatro cirurgias para tratar as sequelas.

“Na terceira injeção, começaram os problemas. Dor, muita dor ao andar e me mexer. Minha vida de um ano para cá realmente modificou muito”, disse.

Outro caso é o de Tecla Maria Sena Silva, aposentada, que buscava tratamento para dores atribuídas à osteoporose e recebeu, de um dentista, uma combinação de oito vitaminas. Após dois meses, sofreu uma intoxicação severa, quase precisou de hemodiálise e passou dois meses na UTI. “Foi muito grave”, relatou. Segundo os médicos, a dose que ela recebeu era quatro vezes superior ao recomendado para tratamento de deficiência.

O fenômeno também chegou às redes sociais. O chamado “protocolo superbebê” propõe aplicar vitaminas e aminoácidos em gestantes para aumentar o QI e a imunidade dos bebês. A técnica, porém, não tem base científica e representa riscos para a mãe e para a criança. A Organização Mundial da Saúde recomenda apenas ácido fólico e ferro durante a gravidez.

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