Irailde Vieira Flores de Oliveira, de 83 anos, a filha Rosimeire Vieira de Oliveira, de 37, e o neto Bruno de Oliveira Gonçalves, de 14 anos, morreram carbonizados após um incêndio criminoso em casa na madrugada desta segunda-feira (10), em Rochedo. O suspeito do crime é Higor Thiago Santana de Almeida, que seria ex-companheiro de Rosimeire, e foi preso pela PM (Polícia Militar).
Segundo o boletim de ocorrência, a PM foi acionada e, chegando no endereço, encontrou vários moradores com mangueiras tentando conter o fogo. No local, havia um brigadista de um frigorífico que relatou ter entrado na casa e visto um corpo, aparentemente de uma criança, carbonizado.
Aos policiais, uma amiga de Rosimeire contou que a vítima lhe pediu socorro pelo WhatsApp dizendo que havia uma pessoa na residência. Na ocasião, a amiga relatou que possivelmente o incêndio teria sido criminoso, pois ela suspeitava que o autor seria um ex-companheiro que não aceitava o fim do relacionamento com Rosimeire.
Diante dos fatos, os militares iniciaram diligências e foram até a casa do suspeito na Rua Mato Grosso. Lá, Higor foi localizado e encaminhado para a Delegacia de Polícia Civil, onde o caso é investigado.
A Polícia Civil, juntamente com a Perícia e equipes do socorro, foram acionadas para o local. Durante os levantamentos, os peritos constataram que mãe, filha e neto estavam carbonizados.
Feminicídios em MS
O caso foi registrado como incêndio e morte por causa indeterminada. No entanto, de acordo com a dinâmica dos fatos, a morte de Rosimeire seria o 35º feminicídio registrado em Mato Grosso do Sul neste ano de 2025.
A última vítima de feminicídio no Estado havia sido Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves. O acusado seria seu próprio filho, Gabriel Gonçalves Ferreira, de 18 anos, e o amigo dele, Carlos Henrique Dantas, de 20 anos. Os dois estão presos desde o último dia 4, quando aconteceu o crime em Aparecida do Taboado.
Na mesma noite em que Mara foi assassinada, Aline Silva, de 26 anos, foi morta a facadas na frente da filha e de sua mãe, no bairro Santa Luzia, em Jardim. O suspeito, Nélio Moraes, de 65 anos, fugiu após o crime, mas foi preso pela Força Tática do 11º BPM (Batalhão de Polícia Militar) no dia seguinte.
Lista de feminicídios em MS em 2025:
- Karina Corim (Caarapó) – 4 de fevereiro;
- Vanessa Ricarte (Campo Grande) – 12 de fevereiro;
- Juliana Domingues (Dourados) – 18 de fevereiro;
- Mirielle dos Santos (Água Clara) – 22 de fevereiro;
- Emiliana Mendes (Juti) – 24 de fevereiro;
- Gisele Cristina Oliskowiski (Campo Grande) – 1º de março;
- Alessandra da Silva Arruda (Nioaque) – 29 de março;
- Ivone Barbosa (Sidrolândia) – 17 abril;
- Thácia Paula (Cassilândia) – 11 de maio;
- Simone da Silva (Itaquiraí) – 14 de maio;
- Olizandra Vera Cano (Coronel Sapucaí) – 23 de maio;
- Graciane de Sousa Silva (Angélica) – 25 de maio;
- Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio;
- Sophie Eugenia Borges, filha de Vanessa Eugênio Medeiros (Campo Grande) – 28 de maio;
- Eliana Guanes (Corumbá) – 6 de junho;
- Doralice da Silva (Maracaju) – 20 de junho;
- Rose (Costa Rica) – 27 de junho;
- Michely Rios Midon Orue (Glória de Dourados) – 3 de julho;
- Juliete Vieira – (Naviraí) – 25 de julho;
- Cinira de Brito (Ribas do Rio Pardo) – 31 de julho;
- Salvadora Pereira (Corumbá) – 2 de agosto;
- Letícia Ananias de Jesus (Cassilândia) – 8 de agosto;
- Dahiana Ferreira Bobadilla (Assassinada no Paraguai, mas encontrada em Bela Vista) — 8 de agosto;
- Érica Regina Mota (Bataguassu) – 27 de agosto;
- Dayane Garcia (Nova Alvorada do Sul) – 3 de setembro;
- Iracema Rosa da Silva (Dois Irmãos do Buriti) – 8 de setembro;
- Ana Taniely Gonzaga de Lima – 13 de setembro;
- Gisele da Silva Cylis Saochine (Campo Grande) – 2 de outubro;
- Erivelte Barbosa Lima de Souza (Paranaíba) – 10 de outubro;
- Andrea Ferreira (Bandeirantes) – 12 de outubro;
- Solene Aparecida Corrêa (Três Lagoas) – 21 de outubro;
- Luana Cristina Ferreira Alves (Campo Grande) – 28 de outubro;
- Aline Silva (Jardim) – 4 de novembro;
- Mara Aparecida do Nascimento Gonçalves (Aparecida do Taboado) – 4 de novembro.
- Rosimeire Vieira de Oliveira (Rochedo) – 10 de novembro.
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Onde buscar ajuda em MS
Em Campo Grande, a Casa da Mulher Brasileira está localizada na Rua Brasília, s/n, no Jardim Imá, 24 horas por dia, inclusive aos fins de semana.
Além da Deam, funcionam na Casa da Mulher Brasileira a Defensoria Pública; o Ministério Público; a Vara Judicial de Medidas Protetivas; atendimento social e psicológico; alojamento; espaço de cuidado das crianças – brinquedoteca; Patrulha Maria da Penha; e Guarda Municipal. É possível ligar para 153.
Existem ainda dois números para contato: 180, que garante o anonimato de quem liga, e o 190. Importante lembrar que a Central de Atendimento à Mulher – 180 é um canal de atendimento telefônico, com foco no acolhimento, na orientação e no encaminhamento para os diversos serviços da rede de enfrentamento à violência contra as mulheres em todo o Brasil, mas não serve para emergências.
As ligações para o número 180 podem ser feitas por telefone móvel ou fixo, particular ou público. O serviço funciona 24 horas por dia, 7 dias por semana, inclusive durante os fins de semana e feriados, já que a violência contra a mulher é um problema sério no Brasil.
Já no Promuse, o número de telefone para ligações e mensagens via WhatsApp é o (67) 99180-0542.
📍 Confira a localização das DAMs, no interior, clicando aqui. Elas estão localizadas nos municípios de Aquidauana, Bataguassu, Corumbá, Coxim, Dourados, Fátima do Sul, Jardim, Naviraí, Nova Andradina, Paranaíba, Ponta Porã e Três Lagoas.
⚠️ Quando a Polícia Civil atua com deszelo, má vontade ou comete erros, é possível denunciar diretamente na Corregedoria da Polícia Civil de MS pelo telefone: (67) 3314-1896 ou no GACEP (Grupo de Atuação Especial de Controle Externo da Atividade Policial), do MPMS, pelos telefones (67) 3316-2836, (67) 3316-2837 e (67) 9321-3931.
Lívia Bezerra, Thatiana Melo – midiamax
(Foto: Leitor Midiamax)