O convênio firmado no início do ano passado entre a SES e a PMMS destina o recurso para custeio de profissionais especializados, garantindo o acompanhamento clínico e terapêutico dos praticantes
O Governo de Mato Grosso do Sul tem investido mais de R$1,13 milhão na ampliação dos atendimentos de equoterapia no Estado. O recurso, destinado por meio de convênio entre a Secretaria de Estado de Saúde (SES) e o Centro de Equoterapia da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS), garante o custeio de profissionais especializados e a manutenção do serviço que há mais de duas décadas transforma a vida de centenas de sul-mato-grossenses.
Com o investimento, o Centro de Equoterapia da PMMS, que fica no Parque dos Poderes, em Campo Grande, busca ampliar o número de praticantes atendidos. Atualmente, cerca de 200 crianças participam das sessões terapêuticas semanais, com a meta de alcançar 300 até o ano de 2026.
O atendimento é gratuito e voltado a pessoas com deficiência física, intelectual, múltipla ou com transtornos de desenvolvimento.
A gerente da Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência da SES, Juliana Medeiros, explica que o fortalecimento da equoterapia representa um avanço nas políticas de saúde inclusiva.
“O Centro de Equoterapia da PMMS é um exemplo concreto de como o cuidado pode transformar vidas quando une técnica, sensibilidade e propósito. A equoterapia promove ganhos expressivos na reabilitação global das pessoas com deficiência, ampliando suas possibilidades de autonomia, integração social e dignidade”, afirma.
“Essa parceria fortalece a Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência e reafirma o compromisso de Mato Grosso do Sul com políticas públicas efetivas, que fazem diferença real na vida das pessoas.”
A terapia assistida por cavalos é conduzida por uma equipe multidisciplinar formada por fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, educadores físicos, assistentes sociais e profissionais de enfermagem.
“A equoterapia é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como uma ferramenta eficaz de reabilitação. É uma terapia que trabalha corpo, mente e vínculo afetivo”, explica o oficial Capitão Lorenzetti, coordenador do Programa.
A técnica utiliza o movimento tridimensional do cavalo como um estímulo para o equilíbrio, a postura, a coordenação e o desenvolvimento cognitivo e emocional dos praticantes.
“Durante uma sessão de 30 minutos, o praticante realiza cerca de nove mil ajustes musculares para manter o equilíbrio sobre o cavalo. Isso fortalece a musculatura, melhora o tônus e o controle postural, além de estimular a coordenação e a concentração.”, afirma a psicóloga e pedagoga Lilian Martins.
Ela explica que o cavalo atua como mediador natural de estímulos físicos e emocionais. Seu andar se assemelha ao movimento humano, proporcionando respostas corporais e neurológicas que dificilmente seriam alcançadas em terapias convencionais.
“Se o foco é reduzir a agitação, trabalhamos o relaxamento. Cada sessão tem intencionalidade e propósito. Além da parte física, a equoterapia desperta afetividade, autoconfiança e integração social”, reforça.
Além da Capital, o tratamento vem se expandindo para o interior do Estado.
Parcerias com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/MS) já garantiram mais de 2 mil atendimentos em 2025, com polos ativos em Deodápolis, Jardim, Rio Brilhante, Maracaju e Aparecida do Taboado, totalizando mais de 17 mil atendimentos desde 2022.
Nessas cidades, cada centro realiza em média 40 sessões semanais, fortalecendo a reabilitação no meio rural.
Em abril deste ano, foi lançado o projeto “Laços de Cidadania: Equoterapia e Inclusão”, com um investimento de R$1,4 milhão.
A iniciativa prevê a criação de três novos polos em Campo Grande, Naviraí e Paranaíba, ampliando o acesso gratuito do tratamento a pessoas com deficiência e idosos com mobilidade reduzida.
KARINA VARJÃO – correiodoestado
Foto: Reprodução / Famasul