Cardiologistas alertam para a importância das proteínas magras e apontam uma como aliada primordial do coração na terceira idade
Manter uma alimentação equilibrada após os 60 anos vai muito além do controle de calorias. Segundo médicos cardiologistas, a escolha das fontes de proteína tem impacto direto na saúde do coração, mas também na preservação da musculatura, da imunidade e da cognição.
ara o cardiologista Renaut M. Ribeiro Jr,. do Hospital Santa Lúcia Sul, em Brasília, a prioridade nessa fase da vida deve ser o consumo de proteínas com baixo teor de gordura e preparadas de forma saudável. “As proteínas de origem animal, como carne, leite e ovos são muito bem-vindas. Elas contribuem para o bom funcionamento do organismo, desde que consumidas com moderação e adequadas à necessidade de cada pessoa”, afirma o médico.
O envelhecimento, explica o cardiologista, vem acompanhado de uma perda natural e progressiva de massa magra — especialmente muscular — que se acentua a partir dos 35 anos. “Por isso, tanto a ingestão de proteínas quanto a prática de atividades físicas precisam ser incentivadas para manter a saúde global”, diz.
Mas a quantidade ideal varia. “Quem pratica exercícios regularmente precisa de mais proteína. Mas é preciso cuidado com excessos, pois a sobrecarga pode afetar os rins”, alerta Ribeiro Jr.
Serina: proteína-chave na terceira idade
Já para o também cardiologista e conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia do DF, Lázaro Fernandes de Miranda, a necessidade proteica deve ser sempre individualizada — e um dos principais pontos de atenção é a presença da serina.
“A partir dos 60 anos, pacientes com sinais de perda muscular (sarcopenia) geralmente apresentam deficiência dessa proteína específica, que passa a ser considerada prioritária nessa faixa etária”, explica. Segundo ele, a queda na produção de aminoácidos e proteínas com o avanço da idade compromete não apenas os músculos e ossos, mas também o sistema imunológico e até a saúde mental.