O influenciador Hytalo Santos foi preso preventivamente na manhã desta sexta-feira (15/08) no município de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo.
A prisão ocorreu a pedido do Ministério Público da Paraíba (MP-PB) — que informou à BBC News Brasil que além, de Hytalo, foi preso também o marido dele.
A Justiça da Paraíba, ao autorizar a detenção, considerou que a medida era necessária para impedir a destruição de provas e a intimidação de pessoas durante a investigação.
Os advogados de Hytalo Santos, que é paraibano, classificaram a prisão como uma “medida extrema”.
“Até o momento, não tivemos acesso ao conteúdo da decisão que determinou a medida extrema, o que impossibilita uma manifestação mais detalhada. Assim que tivermos ciência dos fundamentos, adotaremos todas as medidas judiciais cabíveis para resguardar os direitos de Hytalo, inclusive com o ingresso de Habeas Corpus, se for necessário”, afirmaram os escritórios Ueno & Kompier Abib Advogados e Cassimiro & Galhardo Advogados.
Com mais de 20 milhões de seguidores nas redes sociais, Santos mostrava, em seu canal, adolescentes que ele chamava de “turma do Hytalo” e “filhos” fazendo danças sensuais, além de outros contextos com conotações sexuais.
As publicações de Hytalo ganharam maior visibilidade após vídeos de denúncia divulgados por outro influenciador: Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca.
Este denunciou produtores de conteúdo, principalmente Hytalo, por divulgar imagens a partir da exploração de crianças e adolescentes — que são impulsionadas pelos algoritmos das redes sociais, as quais se condicionam para entregar esse material, abastecendo redes de pedofilia.
O vídeo de Felca popularizou o termo “adultização”, a aceleração forçada do desenvolvimento infantil, fazendo com que as crianças adotem comportamentos ou responsabilidades que não correspondem à idade delas.
Após a denúncia, o Congresso recebeu diversos projetos de de lei que tratam da exploração de menores na internet.
O Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) proíbe adultos de explorar imagens que violem a dignidade e a intimidade de crianças e que as exponham a vexame ou constrangimento — com previsão de pena de seis meses a dois anos de prisão.
O MP-PB afirmou que já investigava Hytalo desde o final de 2023, considerando, além do conteúdo com conotação sexual, a exploração de mão de obra artística infantojuvenil.
Os promotores devem colher também depoimentos dos pais dos adolescentes para verificar se houve algum tipo de omissão deles no dever de proteger os menores e se receberam vantagens como dinheiro e imóveis.
Na terça (12), a Justiça do Estado já havia determinado a suspensão dos perfis dele nas redes sociais, com interrupção da monetização, e a proibição de que ele tenha contato com menores de idade.
O TikTok informou que já havia banido os perfis do influenciador em abril de 2023 e em junho deste ano.
*Com informações de Rute Pina, da BBC News Brasil em São Paulo
Foto: Reprodução/Instagram